quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Projeto CTRL+C/CTRL+V = Caderno amarelado pelo tempo

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Não concebo um projeto que não integre as mais diferentes áreas do conhecimento, no entanto antes disso é preciso definir o que se entende como projeto.

Muitas vezes o que se vê é uma mera adaptação do que outrora se chamou de “Temas Geradores” sob o rótulo de projeto. Projeto não é uma apenas uma proposta pontual em que tenta-se dar conta das mais diferentes disciplinas como numa colcha de retalhos a partir de um tema.

O mais importante muitas vezes é esquecido, que é uma maneira nova de ensinar e aprender. Entendo que um bom projeto tem que fundamentar-se em um princípio básico: a autoria. É inconcebível que alunos e professores participem de projetos como meros expectadores mas não é incomum em algumas escolas os projetos serem concebidos e executados sem levar em conta esse princípio.

O professor precisa saber para onde está indo e mais, participar da concepção do projeto e dar conta das questões de aprendizagem, como o aluno está construindo seu conhecimento e como vai sistematizar esse conhecimento.

O projeto não pode ser restrito a um pequeno núcleo de autores, mas deve-se considerar a autoria e o protagonismo de vários envolvidos, sejam professores ou alunos. Dessa forma não se cria uma distorção comum em vários projetos que é a articulação artificial de diversas disciplinas ao contrário do que seria desejável: a integração de áreas diversas do conhecimento. O projeto não pode ser uma imposição que engesse a prática cotidiana levando-se em conta que em muitos momentos há que se considerar diversas possibilidades pedagógicas de ensino-aprendizagem.

Um projeto mal concebido, elaborado de maneira autoritária ou copiado não difere muito do velho caderno amarelado que alguns professores usavam (?). Num bom projeto todos aprendem e todos ensinam, sem deixar de entender qual o papel dos diversos atores envolvidos que são diferentes, mas não são menores nem maiores, mais ou menos importantes.

“A mediação do professor é fundamental, pois, ao mesmo tempo em que o aluno precisa reconhecer sua própria autoria no projeto, ele também precisa sentir a presença do professor, que ouve, questiona e orienta, visando propiciar a construção de conhecimento do aluno. A mediação implica a criação de situações de aprendizagem que permitam ao aluno fazer regulações, uma vez que os conteúdos envolvidos no projeto precisam ser sistematizados para que os alunos possam formalizar os conhecimentos colocados em ação.”  Maria Elisabette Brisola Brito Prado
(Articulações entre áreas de conhecimento e tecnologia. Articulando saberes e transformando a prática- Brasília: Ministério da Educação/SEED/TV Escola/Salto para o Futuro, 2005. cap. 1, artigo 1.8, p. 54-58.)

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