sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Como combater o ctrl+c/ctrl+v?

Charge de Pedro Otávio Cavalcante

Esse post foi escrito há três anos,mas como continua atual, decidi postar novamente.

Mídias na Educação - Ciclo Básico III – UFRJ
Mídias na Educação - Módulo Básico de Informática
Atividade 3: Navegando e Criando na Internet
Aluna: Ana Paula Motta de Oliveira Pinto

Em qualquer discussão entre professores, em qualquer parte do país, em qualquer parte do mundo, existe uma queixa comum a todos: a cada dia fica mais difícil combater a prática da simples cópia nos trabalhos escolares, a chamada “cultura do ctrl+c/ctrl+v”. 
Em qualquer site de busca é possível encontrar textos sobre qualquer assunto na internet, o que pode ser muito bom e muito ruim. É como se de repente todo cidadão tivesse acesso à maior biblioteca do mundo, por outro lado o conteúdo além de não ser sempre confiável trouxe à tona a prática da cópia de trechos sem identificação de autoria, a disseminação do plágio.
Refletindo sobre essa prática, que há muito já chegou também às universidades, comecei a pensar no quanto nós professores contribuímos para que isso aconteça. Será que sempre valorizamos a autoria, citamos fontes, lemos o nome do autor quando lemos um texto em sala de aula, valorizamos a autoria dos alunos?
Com certeza muitos valorizam e outros tantos não o fazem. Mas é bom que se pense sobre isso e que essa atitude seja cotidiana. Mas é preciso ir além e temos aí a questão da orientação à pesquisa. Não podemos simplesmente indicar os temas a serem pesquisado e “soltar” os alunos no laboratório de informática, assim como não podemos fazer o mesmo na biblioteca escolar.
É interessante que a orientação à pesquisa seja feita desde as séries iniciais. O professor deve orientar a forma de pesquisar, sugerindo fontes mais confiáveis, maneira de resumir um assunto sem que seja copiado, identificar a autoria, fazer as citações entre aspas, citar fontes.
Quando esses cuidados são tomados, a prática nefasta do plágio é reduzida. Uma forma interessante de valorizar a autoria dos alunos é a publicação dos trabalhos da turma da maneira que as crianças e adolescentes mais valorizam: na própria internet. A professora Maria Cecília de Geografia da escola onde estuda meu filho, Instituto Dom Bosco- Salesiano, fez um trabalho muito interessante com blogs. Deixo aqui o link de um dos blogs, MundoGlobalizado(http://www.mundoglobalizad.blogspot.com/)
Com certeza é possível mudar a prática do copiar/colar e incentivar a prática da pesquisa séria, da leitura e da escrita utilizando para isso a própria internet e ainda outras fontes impressas. Afinal, novas mídias novos problemas, novas soluções e acima de tudo um mundo inteiro a explorar.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Natal Digital

Aproveito para desejar um Natal Feliz e Ano Novo maravilhoso para todos.

Mapas conceituais

Quando li sobre os mapas conceituais logo associei com a questão da construção do conhecimento. Acho que isso é o grande diferencial ao que seria apenas um organograma já que visualmente podem se parecer muito.

"Esta abordagem dos mapas conceituais está embasada em uma teoria construtivista, entendendo que o indivíduo constrói seu conhecimento e significados a partir da sua predisposição para realizar esta construção. Servem como instrumentos para facilitar o aprendizado do conteúdo sistematizado em conteúdo significativo para o aprendiz." (fonte: http://penta2.ufrgs.br/edutools/mapasconceituais/defmapasconceituais.html)

No Youtube achei esse pequeno vídeo que ajuda a quem, como eu, está apenas engatinhando nesse tema.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

O que é ter objetivos realistas em um projeto?


O projeto, sem dúvida, tem que ser realista, no entanto não se pode usar do argumento da “realidade” para inviabilizar projetos ainda no nascedouro. Explico melhor: muitos colegas tem o péssimo hábito de descartar projetos com a frase “Isso não vai dar certo está muito longe da realidade do nosso aluno.”

Uma análise, um diagnóstico é muito importante no início da elaboração de um projeto, no entanto não podemos ter preconceitos analisar segundo estereótipos prontos, como se alunos de um determinado tipo de escola não fosse capaz de realizar determinadas coisas.

Com os pés na realidade (desde que seja a realidade mesmo,não o que o que achamos que pode ser a realidade) investimos em um projeto que ao longo do tempo vai ganhando “cores locais” mais intensas, envolvendo todos os atores no processo.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Projeto Lendo o Mundo: Uma experiência com projeto integrando currículo


O projeto foi elaborado e discutido durante a Semana Pedagógica do C.E. Visconde do Rio Branco (que fica no bairro da Lapa em Campos) e contou com a participação dos professores de todas as áreas, da direção e da Coordenação Pedagógica.

O objetivo do Lendo o Mundo, elaborado no C.E.Visconde do Rio Branco em 2010 é capacitar o aluno para que utilize, de forma correta, a leitura e a escrita de variados portadores de textos, visando uma melhor comunicação social; obtenha informações em fontes de comunicação tais como diálogos, entrevistas, jornais, crônicas, mapas,documentos históricos sobre questões atuais;gráficos, compreenda e respeite as variedades linguísticas ao expressar ideias e opiniões; reflita e use os conhecimentos adquiridos sobre a língua e outras disciplinas, possibilitando o crescimento da análise crítica de valores e conceitos.

O fracasso escolar nas séries iniciais do Ensino Fundamental tem sua origem nas questões ligadas à leitura e escrita. O baixo interesse pela leitura traz consequências para a escrita e esse problema é transferido às séries posteriores. A repetência nas séries iniciais comprova a dificuldade da escola em ensinar a ler e escrever. Para desenvolver o gosto pela leitura, o aluno precisa perceber a necessidade da comunicação nos diversos campos do conhecimento.

O objetivo geral do LENDO O MUNDO é estimular o aluno a reconhecer a leitura e a escrita como formas fundamentais de aprendizagem; estabelecer relações discursivas; confrontar opiniões e pontos de vista sobre diferentes manifestações da linguagem verbal falada e escrita.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Índios Preservam Tradições com o Uso da Tecnologia



Acho que tendemos a considerar currículo o que se enquadra no que se costumava chamar de “grade curricular” ou mais modernamente “matriz curricular”.

Fugindo desses conceitos de “grades”, podemos considerar a produção do vídeo Índios Preservam Tradições com o Uso da Tecnologia como um projeto que articula currículo, tecnologia e cultura.

Outro mito é de que só é projeto quando é “algo grandioso” realizado durante meses ou durante todo o ano. Podemos fazer projetos em apenas algumas aulas, desde que saibamos o que queremos para onde vamos e consigamos integrar todos que dele participam. É o que afirma Clara Pereira Coutinho*.

“Sendo guiado por uma finalidade, um projecto curricular pressupõe sempre uma determinada concepção acerca do que é a EDUCAÇÃO (um ideal educativo), porque é com
base numa meta que se concretiza um qualquer projecto; é precisamente aqui, na concretização
de uma mesma finalidade educativa, que a TE se cruza com o Currículo, integrando-
o,”**


* Professora Auxiliar do Departamento de Currículo e Tecnologia Educativa. Instituto de Educação e Psicologia. Universidade do Minho
** Tecnologia educativa e currículo: caminhos que se cruzam ou
se bifurcam? Teias, Rio de Janeiro, ano 8, n. 15-16, p. 1-16, jan./dez. 2007. 

"Quando ele nasceu já havia internet..."


Quando vi esse vídeo lembrei-me de uma propaganda de um banco que dizia algo como “Quando ele nasceu já havia internet...” e por aí seguia.

Nasci quando a TV já se tornava um meio de comunicação de massas no Brasil.

Sou mãe de um adolescente que nasceu quando já havia internet (eu só usava no trabalho), existia DVD (mas em casa ainda não tínhamos) e celular (o meu primeiro era um comprido da Philips).

Sou tia de uma pequena de 2 anos que nasceu ainda mais integrada com tudo isso.

Acho que nós que trabalhamos com tecnologia estamos bem à frente de muita gente da nossa idade ou mesmo mais nova, no entanto há uma sensação de que sempre estamos atrás dos mais novos.

Acho que o importante é desmistificar a tecnologia como algo “difícil” para a maioria dos mortais e em nosso trabalho qualificar o uso dessa tecnologia.

Observo que se por um lado é correta a afirmação de que os mais novos já parecem nascer com chip, muitos utilizam a tecnologia de maneira caótica e pouco produtiva. Tenho alunos que usam redes de relacionamento e no entanto são incapazes de criar um e-mail, não usam um editor de textos e outros programas básicos. Baixam músicas e filmes e se atrapalham para anexar um simples arquivo.

Mesmo que saibam usar o aparato tecnológico com eficácia técnica, outros ainda são muito desinformados sobre o que se passa no mundo, em seu país, cidade ou pouco analisam o que se passa quando tem alguma informação.

Nós, da geração do meio, temos alguns privilégios, do meu ponto de vista, porque temos como hábito o uso dos meios de comunicação mais “antigos” como revistas e jornais e nos beneficiamos das novas tecnologias. Ultimamente voltei a comprar livros com muita freqüência graças à internet, que me atualiza sobre os novos lançamentos e onde posso comprar sem sair de casa.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Desenhando sons:um pequeno projeto com bons resultados

Fiz esse projeto a partir de uma atividade do Curso de Mídias da UFRJ que nos desafiava a montar um trabalho com sons.
A partir daí resolvi partir do silêncio para o som, porque acho que hoje temos excesso de som, volumes ensurdecedores. Muito se escuta pouco se ouve, muito se olha, pouco se vê.
Costumava fazer esses exercícios de silêncio com os meus alunos da Educação Infantil porém dessa vez incorporei a tecnologia. 
Gostei do resultado e como a turma com a qual trabalhei permanece na escola, ainda colho os frutos desse trabalho.
Foi um projeto muito simples, mas com boa resposta .

ROTEIRO PROPOSTA DO PROJETO

1. Identificação
Nome do cursista
Ana Paula Motta de Oliveira Pinto
Nome da Escola:C.E. Visconde do Rio Branco  Local (cidade/estado)   Campos dos Goytacazes/RJ       
Série: 5° ano                                                                Número de alunos:     15
Professores envolvidos: 2 O Professor da turma e o Orientador Tecnológico

           
2. Problemática a ser estudada / Definição do Tema
Desenhando sons

O que instiga / mobiliza a fazer o estudo?

3. Justificativa
Hoje muito se olha e pouco se vê, muito se escuta e pouco se ouve. O mundo está cada vez mais cheio de apelos sonoros e visuais, no entanto a resposta tem sido desproporcional ao apelo.
Por que?

4. Objetivo (s)
Criar um ambiente propício a ouvir e ser ouvido. A partir daí valorizar a fala do outro, já que só é ouvido quem também pára para ouvir.
A partir dos sons ouvidos é possível elaborar sua própria fala, numa troca.

O que vamos fazer?

5. Conteúdos
Linguagem oral (ouvir os sons trazidos pelo professor), desenvolvimento da linguagem não verbal através de desenhos.
Quais Conceitos? (por ex: Língua portuguesa: diferentes tipo de gêneros textuais)  

6. Disciplinas envolvidas
Artes, língua portuguesa

7. Metodologia / Procedimentos / Cronograma
1ª aula Exercício de silêncio, exercício de sons, registro dos sons levados pela professora em desenhos. 2ª aula os desenhos são escaneados e arquivados. 3ª aula o filme é montado com os sons e os desenhos. 4ª aula o filme é postado no youtube e no blog da escola.
Como o projeto será desenvolvido? (Descrição de como será desenvolvido)

8. Recursos a serem utilizados (tecnológicos ou não)
Computador com internet, CD ou pendrive, papel, lápis de cor, hidrocor e lápis cera, scanner.

9. Registro do processo
Os alunos foram convidados a parar para “ouvir” o silêncio. Depois ouviram os sons levados pela professora no computador. Em seguida ouviram de novo os mesmos sons e fizeram desenhos a partir do que ouviram. Na aula seguinte os desenhos foram escaneados e arquivados. Na aula seguinte o filme foi montado. Na última aula foi postado no Youtube e postado no blog da escola. Outras pessoas da escola foram convidadas a assistir no blog, usamos cartazes para divulgar o filme.

10. Avaliação e Resultados esperados
Foi uma atividade interessante que estimulou os alunos e ainda hoje alguns se lembram, mudou a postura da turma, eu a partir daí consegui uma relação com essa turma onde falo sempre baixo (minha maneira preferencial de dar aulas) e ainda hoje é a turma com a qual mais me identifico quando usam o LIED.

11. Divulgação / Socialização do Projeto realizado
Usamos cartazes para divulgar o filme que foi postado no blog da escola.
Poster, Painel, Blog, Evento.....

12. Referências Bibliográficas
Usei o Google para buscar sons diversos.
Sites, vídeos, livros...filmes

Abaixo o vídeo produzido.


quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Como se trabalha com Projeto

Acho que a grande questão que deve ser colocada quando se propõe um trabalho por projetos é de que a partir dele se pode exercer um protagonismo muito produtivo, calcado no princípio da autoria coletiva em alguns momentos, individual, mas não isolada em outros.
Não se deve pensar num trabalho com projeto em que alguns apenas executam idéias de outros. Quem se propõe a trabalhar assim apenas utilizou o projeto como ferramenta, trazendo uma “capa de modernidade”, mas que continua pensando o ensino como via de mão única.
A questão da interdisciplinaridade é outro ponto em que um projeto adequado se diferencia de um mero amontoado de “temas geradores”.
É preciso também destacar que o projeto não pode se tornar camisa de força, sendo, pois flexível para que determinados conteúdos possam ser aprendidos, mesmo que de uma maneira diferente da inicialmente proposta.

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

"Uma conversa sobre PROJETOS..."



"A realização do trabalho com projeto com os alunos requer muitas vezes, sensibilizar os demais atores da comunidade escolar quanto às possibilidades do uso da tecnologia em novas prática pedagógicas. É importante que a escola desenvolva projetos de dimensões distintas, próprias de cada instância do contexto educacional, porém de forma articulada. O projeto da gestão escolar, expressando seu compromisso político, administrativo e pedagógico poderá viabilizar oprojeto de sala de aula do professor, retratando a sua intencionalidade pedagógica, que por sua vez, visa propiciar o desenvolvimento do projeto do aluno, revelando seus interesses para o aprendizado significativo."
Postado por Rosanaàs 11:02

Ana Paula Motta disse...
O mais importante muitas vezes é esquecido, que é uma maneira nova de ensinar e aprender. Entendo que um bom projeto tem que fundamentar-se em um princípio básico: a autoria. É inconcebível que alunos e professores participem de projetos como meros expectadores mas não é incomum em algumas escolas os projetos serem concebidos e executados sem levar em conta esse princípio.
30 de setembro de 2010 11:06

A atividade 6 foi muito interessante, utilizar o blog como fórum.
Acima o texto que gerou a discussão e a minha participação em forma de comentário.
Abaixo o link do blog da Rosana Quintanilha, uma de nossas tutoras no Curso de Projetos
http://mitosdatelinha.blogspot.com/

Todo projeto é interdisciplinar?




Nem todo projeto é interdisciplinar, embora quando isso acontece seja mais rico para todos.
O projeto focado em apenas uma área do conhecimento é possível, no entanto acho que de certa forma restringe o aluno a uma forma de trabalhar que vai contra a maneira como o conhecimento circula no mundo, um projeto que não integre e mais ainda transponha várias disciplinas hoje me parece uma forma de trabalhar um tanto ultrapassada.
Na discussão anterior já afirmava que muitas vezes o que se vê é uma mera adaptação do que outrora se chamou de “Temas Geradores” sob o rótulo de projeto. Projeto não é uma apenas uma proposta pontual em que tenta-se dar conta das mais diferentes disciplinas como numa colcha de retalhos a partir de um tema.
O mais importante muitas vezes é esquecido, que é uma maneira nova de ensinar e aprender. Entendo que um bom projeto tem que fundamentar-se em um princípio básico: a autoria. É inconcebível que alunos e professores participem de projetos como meros expectadores, mas não é incomum em algumas escolas os projetos serem concebidos e executados sem levar em conta esse princípio.


quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Projeto CTRL+C/CTRL+V = Caderno amarelado pelo tempo

Clique na imagem para conhecer o Projeto Lendo o Mundo

Não concebo um projeto que não integre as mais diferentes áreas do conhecimento, no entanto antes disso é preciso definir o que se entende como projeto.

Muitas vezes o que se vê é uma mera adaptação do que outrora se chamou de “Temas Geradores” sob o rótulo de projeto. Projeto não é uma apenas uma proposta pontual em que tenta-se dar conta das mais diferentes disciplinas como numa colcha de retalhos a partir de um tema.

O mais importante muitas vezes é esquecido, que é uma maneira nova de ensinar e aprender. Entendo que um bom projeto tem que fundamentar-se em um princípio básico: a autoria. É inconcebível que alunos e professores participem de projetos como meros expectadores mas não é incomum em algumas escolas os projetos serem concebidos e executados sem levar em conta esse princípio.

O professor precisa saber para onde está indo e mais, participar da concepção do projeto e dar conta das questões de aprendizagem, como o aluno está construindo seu conhecimento e como vai sistematizar esse conhecimento.

O projeto não pode ser restrito a um pequeno núcleo de autores, mas deve-se considerar a autoria e o protagonismo de vários envolvidos, sejam professores ou alunos. Dessa forma não se cria uma distorção comum em vários projetos que é a articulação artificial de diversas disciplinas ao contrário do que seria desejável: a integração de áreas diversas do conhecimento. O projeto não pode ser uma imposição que engesse a prática cotidiana levando-se em conta que em muitos momentos há que se considerar diversas possibilidades pedagógicas de ensino-aprendizagem.

Um projeto mal concebido, elaborado de maneira autoritária ou copiado não difere muito do velho caderno amarelado que alguns professores usavam (?). Num bom projeto todos aprendem e todos ensinam, sem deixar de entender qual o papel dos diversos atores envolvidos que são diferentes, mas não são menores nem maiores, mais ou menos importantes.

“A mediação do professor é fundamental, pois, ao mesmo tempo em que o aluno precisa reconhecer sua própria autoria no projeto, ele também precisa sentir a presença do professor, que ouve, questiona e orienta, visando propiciar a construção de conhecimento do aluno. A mediação implica a criação de situações de aprendizagem que permitam ao aluno fazer regulações, uma vez que os conteúdos envolvidos no projeto precisam ser sistematizados para que os alunos possam formalizar os conhecimentos colocados em ação.”  Maria Elisabette Brisola Brito Prado
(Articulações entre áreas de conhecimento e tecnologia. Articulando saberes e transformando a prática- Brasília: Ministério da Educação/SEED/TV Escola/Salto para o Futuro, 2005. cap. 1, artigo 1.8, p. 54-58.)

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Traballho por projetos: Uma reflexão


O aspecto que eu considerei mais importante foi o que o autor Nilson José Machado chama de "certeza da dúvida".

Quanto aos autores da linha do tempo apresentada destaco Kilpatrick  par quem "as atividades escolares deveriam partir de problemas reais, do dia-a-dia do aluno, rompendo dessa forma, com as barreiras entre as diferentes áreas do conhecimento", o que é uma ideia avançada ainda hoje como muitos ainda veem as disciplinas como estanques, fragmentadas, como um fim nelas mesmas.Quanto a Montessori tenho uma admiração adquirida na prática da minha atividade docente durante 18 anos na Educação Infantil onde a teoria montessoriana sempre teve lugar privilegiado e o uso do material desenvolvido por ela permite que concorde que "a criança pequena pode ser um amante do trabalho, do trabalho intelectual,escolhido de forma espontânea, e assim, realizado com muita alegria.". Meu filho passou por uma escola onde o que as crianças chamavam de "sala de Montessori" era um dos espaços que ele mais gostava e como isso influenciou sua formação. A partir do material pude desmistificar a ideia de que o pensamento "matemático" é um empecilho à criatividade e outros "mitos" do gênero.

Nas reuniões na escola o "fatalismo" de alguns colegas sempre me incomodou ou até irritou.

Na minha opinião o espaço para discutir um projeto é uma abrir portas para o novo, sem descartar experiências passadas, bagagem prática ou teórica, mas dar oportunidade ao que chamamos de "brainstorm" (algo como tempestade cerebral) que nada mais é que deixar que as ideias fluam livremente e depois numa outra etapa,sistematizá-lo ou mesmo descartar e sugerir outro mais adequado.

É fundamental dar espaço para a diversidade, para a criatividade e para a ousadia. Dai nascem grandes ideias que se transformam em grandes projetos.

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Projeto Amora






 O projeto Amora foi criado no Colégio de Aplicação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. 


O objetivo do projeto é reestruturar o currículo escolar a partir de uma nova perspectiva do papel do professor e do aluno.

A intenção é construir conhecimentos a partir de projetos de aprendizagem,integrando as disciplinas com o uso das TICs (Tecnologias da Informação e Comunicação).

Atualmente os alunos envolvidos são os do 6º e 7º ano.

São utilizadas atividades integradas e oficinas e participam professores das seguintes disciplinas:Língua Portuguesa, Matemática, Ciências, Artes Visuais, Música, Teatro, História, Geografia, Educação Física, Inglês, Espanhol e Psicologia. Cada professor direciona o trabalho segundo sua ótica pessoal e sua experiência pedagógica e bagagem teórica. As opiniões divergente enriquecem o trabalho e permitem um avanço nas questões teórico-práticas.

O modelo metodológico é constantemente reavaliado. A dinâmica se dá em ciclos de trabalho.


E para encerrar um poema do qual gosto muito:




AS AMORAS
O meu país sabe as amoras bravas
no verão.  
Ninguém ignora que não é grande,
nem inteligente, nem elegante o meu país,
mas tem esta voz doce
de quem acorda cedo para cantar nas silvas.
Raramente falei do meu país, talvez
nem goste dele, mas quando um amigo
me traz amoras bravas
os seus muros parecem-me brancos,
reparo que também no meu país o céu é azul.
    
Eugénio de Andrade
("O Outro Nome da Terra")





quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Um projeto de vida








Em cidades como essa eu me sinto em casa. Sinto que posso me mudar de mala e cuia, de sonhar com vida nova, de “sumir” do mundo e construir novo mundo.
Pra cá trago filho,amor,cachorro e meus livros. 

Cidades com história me fascinam na mesma medida em que lugares desertos me dão um certo desespero.
Gosto do campo, na verdade gosto de cidades do interior, gosto dos povoamentos, dos núcleos urbanos não muito grandes, mas com o mínimo de arsenal urbano para um ser humano como eu sobreviver.
Acho que ia ser feliz vivendo aí. Cidade linda, antiqüíssima, fria, cheia de história, de tradições, plena em vida.
“Você me abre seus braços e a gente faz um país.”

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Reprodução de entrevista

Para ver o vídeo da entrevista clica aqui.

ENTREVISTA / ROSENTAL CALMON ALVES
Internet e a disciplina da verificação
Por Míriam Leitão
Reproduzido de O Globo, 1/11/2009; título original “Tempo elástico”, intertítulos do OI

O jornalista Rosental Calmon Alves passou a segunda no Rio, numa palestra sobre era digital. Voou à noite para o Texas e avisou no twitter que dormiu bem no avião. Deu duas aulas em Austin. Na quinta, reclamou no twitter que estava parado há três horas no aeroporto de Boston e na sexta voltou a Austin. No caminho, mandou links, notas e pediu comentários sobre uma entrevista que me concedeu.
O nome dele era Rosentelex, no tempo em que os bichos falavam e os jornalistas ainda usavam o telex, uma mistura de telefone com máquina de escrever que perfurava uma fitinha para a transmissão. Naquele tempo distante, ele esteve num jantar no Uruguai cobrindo a negociação para a abertura política no país. Um diplomata americano confidenciou a ele o nome do novo presidente. Ele fugiu do jantar e escreveu a matéria. Como demorava oito horas uma ligação telefônica para o Brasil, correu pelas ruas até a cabine pública de telex para enviar seu furo. Dias atrás, ele acordou em Jacarta se sentindo tonto. Era um terremoto. Mandou uma mensagem pelo twitter antes de ligar para a família, recebeu respostas, e a CNN no Chile pediu mais informações avisando que estava transmitindo suas mensagens.
– Tenho tinta nas veias – disse ele na entrevista que me concedeu na Globonews.
Numa galáxia
Quis dizer com isso que pertence ao mundo da imprensa escrita, mas se define como um evangelizador digital. Fala aos jornalistas, aos estudantes, às empresas de comunicação, aos profissionais de qualquer área o que o mundo novo nos oferece.
– A internet não é uma nova mídia, não é mais um passo no caminho do jornal, rádio, televisão. É uma nova lógica, uma força transformadora, é o fim da era industrial e o começo da era digital. O único paralelo com o que está acontecendo é a invenção do tipo móvel, por Gutenberg, que acabou com o poder das velhas aristocracias, mudou o poder da Igreja e nos trouxe o Iluminismo. A internet é a ponta visível de uma revolução. Ninguém fala: "eu vou entrar na rede elétrica e fazer um café". No futuro ninguém falará "eu vou entrar na internet".
Ele acha que os jornais vão mudar muito mais do que já mudaram no século 20, caminhando para a inevitável integração entre papel e online, juntando todas as plataformas como as que antes pertenciam apenas à televisão e ao rádio – aliás, processo no qual todos aqui estamos mergulhados.
As transformações não estão restritas à imprensa. Todos os profissionais de todas as áreas, todas as empresas precisam estar atentos ao que está acontecendo, me disse, quando pedi um conselho para alguém que está agora no meio de carreira:
– Ninguém tem o direito de dizer agora que esse negócio de computador para mim é grego. Todos têm que vencer o bloqueio. Abra-se. Não é uma ameaça, é um mundo novo, no qual todas as atividades serão afetadas. Vivemos numa sociedade baseada em bases de dados e redes. Individualmente, somos nós de uma grande rede planetária e temos que estar abertos às possibilidades.
Alertou que é um cyber-entusiasta, mas não um cyber-utópico. Por isso, disse que ela pode ser usada para o bem ou para o mal. Mas ignorada, jamais.
Rosental define o que está acontecendo com uma imagem da astronomia. Diz que antes, a imprensa era um sol imenso. Hoje, há várias constelações, e estamos numa galáxia. Apareceram os outros astros, os blogs, os produtores de conteúdo, jornalistas ou não:
– A pessoa começa a ter audiência também. Isso não termina com a audiência da mídia tradicional, mas permite mesmo a quem não é jornalista construir sua própria audiência. E a imprensa tem que entender isso e estar nisso.
Velha plataforma
Rosental acha que nesse mundo novo, a imprensa sai de uma relação vertical, unidirecional com sua audiência, para atuar em rede. Mas não perde sua força, como ficou provado em alguns episódios recentes. A morte de Michael Jackson saiu primeiro num blog, mas as pessoas só acreditaram depois de confirmado pela mídia tradicional:
– A imprensa mostrou sua força, sua credibilidade. A nossa profissão exige a disciplina da verificação. É o beabá.
A imprensa americana tem demitido e fechado jornais. Ele explica que é o encontro de duas tempestades: a crise econômica e a mudança de modelo de negócios.
O twitter é o grande fenômeno do momento. Ninguém esperava que ele crescesse assim. A CNN tem mais seguidores que audiência. A segunda língua mais falada no twitter é o português, o que mostra a força da internet brasileira com 65 milhões de internautas. Ele acha que os jornalistas precisam aprender a fazer vídeo, o que não eliminará o papel dos profissionais do vídeo, da mesma forma que a máquina fotográfica portátil não eliminou a profissão de fotógrafo. Os repórteres terão que captar, por todos os meios disponíveis, as informações para transmiti-las.
Fazer ou não fazer o curso de jornalismo, agora que a obrigatoriedade do diploma acabou?
– Fazer, claro. Nos Estados Unidos nunca foi obrigatório o diploma e 85% dos novos jornalistas fizeram curso de jornalismo. Terá vantagem quem tiver feito o curso e continuar estudando e aprendendo. Fica na profissão quem sabe fazer. Além disso, é um excelente curso de humanas.
Portanto, quem pensa em lutar pela volta da obrigatoriedade do diploma, pense nisso: não precisa; os cursos que ensinarem ficarão. Quem não sabe fazer, não fica no mercado.
A entrevista com Rosental foi tuitada e retuitada, transmitida pela TV a cabo, mais de uma vez, mas ainda assim ficou faltando por aqui, nesta velha, bela e insuperável plataforma: a da imprensa escrita.